Ontem fiz uma apresentação sobre Internet na segunda conferência Proz (a maior comunidade de tradutores online).
Visto que dessa vez não filmei como fiz com a apresentação no congresso da ABRATES e o conteúdo é de interesse geral decidi criar esse post desenvolvendo em texto o que falei e aprendi com a audiência.
Em primeiro lugar foi uma satisfação notar que a Internet é cada vez mais familiar para as pessoas em geral que não são profissionais “do online” como webdesigners e publicitários. Quase todos conhecem até regiões menos populares da Internet como Linkedin. Isso torna muito mais fácil explicar a importância dela e se aprofundar.
Se a Internet ainda não é uma regiâo familiar para você então abra o olho. Quem está a vontade nela tem vantagens sobre você.
O que eu disse
Comecei procurando mostrar como a Internet é importante e como hoje ela é uma rede social ou talvez um tipo de ferramenta para estender nossas capacidades sociais, e essa ótica se mostou útil para várias pessoas.
Apesar da Rede ser um vastíssimo conjunto de lugares e recursos quase tudo se resume a:
- Ter voz própria
- Integrar nossas redes sociais
- Enriquecer a realidade offline
- Escritório na nuvem
Como a audiência já tinha ouvido outros apresentadores falarem sobre ferramentas online e a realidade aumentada não é muito relevante ainda foquei mais na voz própria e na integração das nossas redes sociais.
É importante estar próximo dos amigos pessoais e colegas de trabalho e isso é óbvio e você consegue estar próximo de muito mais gente se está presente no Twitter e no Facebook (redes mais usadas por profissionais).
É claro que não é uma proximidade tão íntima quando não encontramos com essas pessoas também offline, mas é o suficente para sermos lembrados na hora que um amigo ou colega enxerga uma oferta de trabalho que pode nos interessar.
Além disso estar presente online diz muito sobre nossa personalidade, até mesmo em coisas aparentemente tolas como um jogo social como a fazendinha do Facebook: se você demonstra empatia pelo morango virtual do vizinho você certamente demonstrará um milhão de vezes mais empatia pelo amigo.
Ter sua voz própria em seu site é vital também: quando seu cliente procura seu nome online é bom que ele ache seu site e não as fotos daquela festa em que você perdeu a linha que um amigo seu colocou no próprio Facebook.
Além disso o seu site é um currículo eficiente que mostra que você se mantém em atividade e que a tradução (ou qualquer que seja sua área de atuação) ocupa uma posição central em sua vida pessoal e profissional.
Enfim, destaquei que, queiramos ou não, estamos expostos nas redes sociais online o que é bom pois não precisamos esconder e separar nossas vidas pessoais e profissionais, mas é ruim porque podemos nos ver na situação de ter que explicar nossa vida pessoal como por que gostamos de Buffy a Caça Vampiros.
O que não falei
Quem não utiliza as ferramentas online para estreitar seus relacionamentos tem dificuldade em entender como alguém pode gostar disso e não tive tempo de mostrar exemplos.
Tenho amigos que estão em uma chat-conferência do Skype há meses e quando alguém precisa de ajuda é só escrever “help”, “socorro”, “ajuda” para a janelinha pipocar nas telas dos outros e receber a ajuda.
O mesmo acontece no Twitter e no Orkut de forma mais desordenada.
A questão é que, além de ter contatos que usam redes sociais online, é impressindível desenvolver sua forma de utilizá-las como uma ferramenta de integração e para ganhar tempo. Isso só se obtém com a prática. No meu caso limito o tempo que dedico a cada atividade não produtiva.
O que aprendi
Já falei um pouco do que aprendi no meio do texto acima, mas o mais interessante foi o papo com um tradutor que me abordou após a apresentação me dizendo “Você falou muito bem, mas não me convenceu”.
Depois descobri que ele era um tipo de pegadinha pois até hoje nenhum dos amigos dele consegui cooptá-lo para o mundo da livre troca de conhecimento.
Ele é um filtrador, ou seja, ele lê meia dúzia de blogs e outros tantos sites e passa para um grupo seleto de amigos o que ele acha que merece ser compartilhado e faz isso por email, chat ou telefone.
No fundo ele não é resistente ao Twitter e provavelmente trocará o email pelo Twitter se todos os amigos migrarem, mas a questão é que ele não quer compartilhar o que descobre com qualquer um e isso é uma posição muito interessante apesar de oposta à minha.
No mínimo isso valoriza muito o privilégio de ser contato dele, a propósito eu mesmo quero ser incluído no seleto grupo.
Além disso é necessário atrito. Se todos abraçamos imediata e completamente todo impulso memético o destino é o impacto violento com algum tipo de muro.
Extra
Estou desenvolvendo um mapa mental da Internet que pode ser útil.